PROJETO/
PLANO DE AÇÃO
ATENDIMENTO
EDUCACIONAL ESPECIALIZADO – E.E.E.B. AUGUSTO RUSCHI - 2016
Professora Bárbara
Gai Zanini Panta (Educadora Especial)
Professora Ângela
Neves Picada (Responsável pelo LIE)
Tema: Artes, construção de
jogos e narrativas digitais: Construindo caminhos para a inclusão.
OBJETIVOS
GERAIS
·
Oferecer o
Atendimento Educacional Especializado a serviço da Educação Especial na escola
de modo a complementar e/ou suplementar a formação do estudante conforme a
Política de Educação Especial, na Perspectiva Inclusiva SEESP/MEC; 01/2008;
·
Realizar diagnóstico pedagógico assim como
manter uma avaliação contínua de todo o processo de desenvolvimento do estudante.
·
Envolver a arte, a construção de jogos e as
tecnologias da informação e comunicação como forma de incentivar a criatividade,
imaginação do estudante, possibilitando a autodescoberta, autoestima e
percepção de si e do outro;
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
· Utilizar a arte como
ferramenta da construção de aprendizagens;
·
Promover a construção
de jogos pelos estudantes buscando o seu desenvolvimento global;
·
As atividades
artísticas e construção de jogos deverão desenvolver potencialidades dos
estudantes, de acordo com cada plano individual de AEE;
·
Utilizar as áreas da
arte plástica, arte literárias, arte cênica, música e dança;
·
Valorizar as
características pessoais positivas do estudante e explorar suas potencialidades;
·
Trabalhar a
autoestima do estudante, com vista a um reflexo na sua aprendizagem;
·
Buscar o envolvimento
da família do estudante com o atendimento e com a escola;
·
Realizar uma
exposição ao final do ano, com as produções artísticas e de construção de jogos
dos estudantes;
·
Utilizar as
narrativas digitais como recurso multimídia para registrar e acompanhar o
desenvolvimento do estudante ao final de cada atividade.
JUSTIFICATIVA
O projeto para o Atendimento
Educacional Especializado deste ano foi pensado no sentido de envolver todos os
estudantes. A arte, a construção de jogos e as tecnologias da informação e
comunicação, vêm ao encontro do objetivo de desenvolver as potencialidades dos
estudantes, considerando cada um como ser individual.
A
arte está nas manifestações culturais e experiências que o ser humano tem ao
longo da vida e todos podem participar à sua maneira das atividades. Além
disso, a arte pode ser considerada uma forma de comunicação e manifestação de
aprendizagens.
O trabalho com a arte na escola, é
muito mais que estimular a criatividade, mas traz também a liberdade do pensamento
e traduz conhecimentos que não podem ser escritos ou falados. É uma linguagem à
parte, uma forma de expressão que não exclui, não é exata, na arte não há o
certo e o errado e por isso promove a inclusão.
O AEE na Escola Augusto Ruschi envolve
um grande número de estudantes com diversas necessidades específicas, com
idades e fases diferentes de desenvolvimento. A utilização da arte e da
construção de jogos tem o objetivo de envolver todos os estudantes, cada um com
as suas potencialidades.
Cada indivíduo pode realizar a sua
leitura da expressão artística, isto traz a liberdade de não ser igual, de ter
i direito de ser e fazer diferente. Além de um meio de expressão, a arte traz a
organização mental, a aprendizagem para lidar com os materiais e transformá-los
em instrumentos de linguagem.
A
construção e utilização dos jogos possibilitará incentivar a criatividade,
imaginação e reflexão do estudante possibilitando a autodescoberta, autoestima
e percepção de si e do outro. Com as atividades em pequenos e grandes grupos
considerando a proposta de interação entre todos os estudantes atendidos, será
proposto o desenvolvimento das relações interpessoais, através do diálogo, do
convívio, da escuta, da troca de experiências, da ajuda mútua e solidariedade.
De acordo com a Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), a educação
especial como modalidade de ensino tem o papel de disponibilizar os serviços e
recursos próprios deste atendimento. Partindo deste princípio, pensamos a
elaboração deste tema de acordo com os objetivos da modalidade de Educação
Especial e do Atendimento Educacional Especializado.
O
atendimento educacional especializado identifica, elabora e organiza recursos
pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena
participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. As
atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado
diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas
à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos
alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.
(SEESP/MEC, 2008)
Através
das atividades lúdicas em grupo, buscaremos o desenvolvimento da linguagem oral,
corporal e expressiva assim como o avanço nas relações sócio afetivas, de
cooperação e solidariedade e a constituição do sujeito como cidadão autônomo,
inserido em seu contexto sociocultural.
Objetivos
específicos e traçados individualmente serão desenvolvidos através das
atividades diárias, tendo em vista a reorganização do esquema corporal,
aprimoramento da coordenação motora, orientação espaço-temporal, equilíbrio e
lateralidade.
Sempre
considerando as particularidades de cada estudante atendido, buscaremos
atividades que estimulem a autogestão da vida prática, visando à autonomia,
noções de alimentação, higiene, vestuário, entre outras necessidades pessoais e o estímulo da comunicação utilizando
métodos orais, gestuais e de comunicação alternativa a fim de desenvolver a
linguagem oral, compreensiva e expressiva.
REFERENCIAL
A
utilização da arte, da construção de jogos e das narrativas digitais como forma
de ferramenta no trabalho do Atendimento Educacional Especializado é
proveniente de um estudo sobre como estas ferramentas podem auxiliar no
processo de aprendizagem do ser humano.
Conforme
Barbosa (2001), o que gera o desenvolvimento da cognição é a contextualização,
e a arte auxilia neste processo. Destaca também, que muitas vezes a arte é
vista e utilizada de forma equivocada na escola. Principalmente na educação
infantil e ensino fundamental, a arte algumas vezes é utilizada como simples
passatempo, com conotação decorativa ou de simples coloração de imagens.
Apesar de ser um
produto da fantasia e da imaginação, a arte não está separada da economia,
política e dos padrões sociais que operam na sociedade. Ideias, emoções,
linguagens diferem de tempos em tempos e de lugar para lugar e não existe visão
desinfluenciada e isolada. Construímos a História a partir de cada obra de arte
examinada pelas crianças, estabelecendo conexões e relações entre outras obras
de arte e outras manifestações culturais. (BARBOSA, 2001)
A
utilização da arte neste
projeto visa justamente isso, integrar os estudantes em uma visão mais ampla do
que o conteúdo puro do currículo que muitas vezes deixa alguns alunos de fora
pela maneira como é colocado em sala de aula regular. Através da arte se pode
trabalhar aspectos de vários conteúdos de uma maneira muito mais expressiva,
compreensível e inclusiva.
De
acordo com Gardner (1994) existem sete tipos de inteligências: linguística,
musical, lógico-matemática, espacial, sinestésica, intrapessoal e interpessoal.
As pessoas, tendo alguma deficiência ou não, raramente tem todas as
inteligências muito bem desenvolvidas. Cada indivíduo possui estágios básicos
em cada uma das inteligências, porém tem uma tendência a desenvolver melhor uma
ou duas destas, e é preciso respeitar esta diferença.
Gardner (1994), em sua teoria, recomenda cinco
esforços para estímulo às diferentes inteligências: Conhecer cada aluno; Oferecer
oportunidades diversas; Valorizar tendências; Ampliar interesses e Administrar
relações entre o geral e o particular (tendência individual x cultural). A arte
possibilita o estímulo das diferentes inteligências através destes esforços,
assim como a construção de jogos e a utilização das narrativas digitais.
O
jogo vem sendo cada vez mais valorizado e utilizado por muitos educadores
devido às teorias e pesquisas realizadas a respeito do seu beneficio, que
trazem resultados muito significativos. Nas atividades com jogo, é possível
desenvolver uma melhor comunicação, respeito pelo outro e a melhor aceitação de
restrições ou regras coletivas, além de autonomia pessoal.
Segundo
Almeida (2008), a concepção sobre o desenvolvimento do indivíduo foi se
modificando ao longo da história, o mesmo está inserido em um meio onde recebe
as informações, assimila e as transforma. Portanto, o seu desenvolvimento
cognitivo resulta da sua interação com o meio social em que vive, estruturando
esquemas e reconstruindo conceitos dos objetos sob os quais interage. O jogo
entra, então, como uma maneira de construção social, pois está ligado ao
contexto social em que o estudante vive, e, assim, os jogos revelam a cultura
de uma sociedade.
Vygotsky
(1998) afirma que o jogo é um fator muito importante do desenvolvimento e
mostra o significado da mudança que ocorre no desenvolvimento do próprio jogo,
com a predominância de situações imaginárias, para a predominância de
regras.
Enfrentando
os desafios do jogo, o estudante utiliza recursos cognitivos parecidos com os
que são exigidos para a solução de problemas da sua vida diária e de situações
de aprendizagem em sala de aula.
Serão
utilizados, além dos jogos existentes na Sala de Recursos e jogos interativos
utilizando as TICs, materiais recicláveis na confecção dos jogos, trazidos de
casa pelos estudantes e professores. Este ato já suscita um estímulo ao cuidado
com o meio ambiente, tema que será trabalhado em sala de recursos envolvendo o
contexto dos jogos.
Passamos
atualmente por momentos difíceis nas escolas públicas no que diz respeito à
recursos financeiros. Como este projeto propõe priorizar o uso de materiais
recicláveis, ajuda a promover a conscientização sobre o cuidado com o meio
ambiente.
Os
materiais serão transformados em jogos e criações artísticas, além disso,
produziremos tintas confeccionadas na Sala de Recursos com material natural. No
AEE, será realizado o processo de aprender a utilizar o material artístico e transformá-lo
em instrumento de linguagem expressiva, possibilitando a todos, independente da
capacidade de fala, leitura ou escrita, o direito de mostrar para o mundo a sua
criatividade.
As
atividades lúdicas envolverão aspectos motores, psicomotores, cognitivos e
afetivos, além do desenvolvimento da percepção visual, tátil, discriminação de
cores e formas, noção espaço-temporal, lateralidade, dentre outros aspectos do
desenvolvimento global.
Segundo
Winnicott (1975), é utilizando a criatividade que acontece realmente a
percepção, que se assimila o conhecimento. O jogo possibilita que o estudante
utilize a sua capacidade de criar, de experimentar diferentes processos de
pensamento, proporcionando esse processo de experimentação.
O
trabalho de confecção de jogos passará por várias etapas, como a seleção e
recolhimento dos materiais, a própria construção e a aplicação dos mesmos. Este
trabalho envolverá os estudantes em uma construção colaborativa de aprendizagem,
pois cada grupo irá fazer a sua parte para que o resultado final do jogo
ocorra. Após a construção dos jogos pelos estudantes, eles irão colocá-lo em
prática durante os atendimentos e atividades do AEE, além de poderem levar para
a sala de aula regular e utilizarem junto aos colegas.
Com
o intuito de realizar uma avaliação e acompanhamento contínuo do processo de
aprendizagem dos estudantes, utilizaremos como mais um recurso tecnológico as
Narrativas Digitais.
Segundo
Azeredo e Reategui (2013), as histórias contribuem para a construção da
aprendizagem do sujeito uma vez que auxiliam no desenvolvimento da imaginação,
criatividade, do pensamento e da compreensão.
As
Narrativas Digitais entram como uma ferramenta utilizada pelos estudantes e por
nós educadoras, para relatar em forma de uma história como ocorreu o processo
de construção do conhecimento, utilizando a construção dos jogos e outras atividades
desenvolvidas no AEE em Sala de Recursos ou em outros espaços da escola.
Para
a elaboração destas narrativas, consideraremos as particularidades e
potencialidades de todos os estudantes e serão utilizados vários tipos de
recursos multimídia, tais como: Narrativas escritas, ilustrações, vídeos e/ou
áudios. Posteriormente, as narrativas serão publicadas no Blog do AEE (http://aeebarbara.blogspot.com.br/)
para o livre acesso de toda a comunidade escolar.
CRONOGRAMA
Ações a serem realizadas
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Março
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Abril
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Maio
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Junho
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Julho
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Agosto
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Setembro
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Outubro
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Novembro
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Dezembro
|
Construção do Projeto/Plano de Ação
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X
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Levantamento da demanda de estudantes
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X
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Distribuição de Horários
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X
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Reuniões com a equipe diretiva e familiares
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X
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Reuniões com a equipe escolar (quartas-feiras)
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X
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X
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X
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X
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X
|
X
|
X
|
X
|
X
|
X
|
Aplicabilidade e publicação: Mostra Pedagógica
|
X
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X
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Aplicabilidade e publicação: Narrativas Digitais
e Blog
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X
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X
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X
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X
|
X
|
X
|
X
|
X
|
X
|
|
Plano de AEE individual do estudante
|
X
|
X
|
Ajuste
|
Avaliação
|
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
AZEREDO, D. C.
REATEGUI, E. A Construção de Narrativas
Digitais como Apoio ao Processo de Letramento. Novas Tecnologias na
Educação. CINTED – UFRGS. V.11, nº 1, 2013
BARBOSA, A. M. Arte-Educação: leitura no subsolo. 3.
Ed. São Paulo: Cortez, 2001.
BRASIL. Ministério da
Educação. Secretaria de Educação Especial. A
Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. MEC/SEESP, 2010
GARDNER, HOWARD. Estruturas da mente: a teoria das
inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
PIAGET, J. A Formação do símbolo na criança:
imitação jogo e sonho, imagem e representação. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar,
1975.
_____. Psicologia
e pedagogia. Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 1976.
VYGOTSKY, L. S. A
formação social da mente. Rio
de Janeiro: Martins Fontes, 1996.
_____. Pensamento
e linguagem. Rio de Janeiro:
Martins Fontes, 1998.
WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago. 1975.
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